O delegado Espinosa enfrenta um de seus casos mais intrigantes: a morte
por atropelamento de Laureta Sales Ribeiro, pensionista da Previdência
Social. Ela acabava de sair do 12o. DP, em Copacabana, onde tentara
conversar com Espinosa. Depoimentos de testemunhas levam à hipótese de
homicídio. As investigações conduzem a uma agência da Caixa Econômica
Federal e a um suspeito: um funcionário exemplar com o estranho hábito
de fundir-se à multidão nas ruas do Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, Espinosa faz uma incursão à própria infância, no Bairro
Peixoto, e evoca a morte de uma menina, ocorrida quarenta anos antes.
Enquanto o delegado remexe na memória e nos velhos álbuns de família,
buscando no passado uma explicação para os acontecimentos presentes, o
inspetor Ramiro e o detetive Welber vigiam os passos do suspeito. Quando
tudo parece esclarecido, um novo assassinato surpreende a polícia e
lança outra luz sobre a investigação. Em meio à confusão de sua vida
afetiva, jogos de sedução e disputas amorosas, Espinosa tem de enfrentar
um psicopata perigoso à procura de uma identidade redentora. Garcia-Roza, mais uma vez, perscruta o crime com o olhar da psicanálise e
se consagra como um dos maiores autores da literatura policial
brasileira. Reconstitui com maestria as motivações da mente psicótica e
seu esforço desesperado de reescrever o passado, identificando as
circunstâncias, algumas vezes fortuitas, que forjam um assassino. Com
uma narrativa enxuta e empolgante, Na multidão, 2007,convida o leitor a refletir sobre as relações familiares, a culpa e a solidão. Fonte: Companhia das Letras.
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